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Origem das festas Juninas
Origem das festas Juninas

MATÉRIA ESPECIAL

 

Festa Junina X Nascimento de João Batista

 

 

           No Nordeste do Brasil, especialmente no mês de Junho, todos os anos são celebradas as festas de São João, conhecidas também como festas Juninas. Mas, qual seria o fundamento dessa festa? De onde e como surgiram os detalhes que compõem a festa de São João? A festa de São João é bíblica? Será que a festa de São João é apenas cultura? O objetivo deste trabalho é trazer à luz da verdade a real origem dessa festa, e se tem alguma relação com o nascimento de João Batista.

 

JOÃO BATISTA – O NASCIMENTO

 

          Para começar, vamos falar sobre João Batista à luz da Bíblia. Para isso, abordarei aqui as narrativas sobre a vida de João Batista extraída dos 4 Evangelhos.

 

Evangelho de Mateus:

 

          O relato sobre João Batista já começa na vida adulta, quando ele estava preparando o povo para a vinda do Messias, e o batismo de Jesus. O assunto abordado no início do Evangelho de Mateus é a genealogia do Salvador e o seu nascimento, e em seguida, a pregação de João Batista já adulto e por fim a sua morte, quando a enteada do rei Herodes por ocasião de seu aniversário agradou tanto o rei que ele prometeu sob juramento dar o que ela quisesse. Influenciada pela mãe, ela pediu num prato a cabeça de João Batista. Diante dessa situação, por causa do juramento e dos convidados, mandou decapitar João na prisão. Portanto, neste livro não há relatos sobre o nascimento de João Batista.

 

Evangelho de Marcos:

 

         O Evangelho de Marcos já inicia relatando o ministério de João Batista batizando no deserto, pregando o arrependimento para remissão de pecados.

 

Evangelho de Lucas:

 

            Este é o único livro em que é relatado o nascimento de João Batista. Vamos ler e por a prova as informações sobre o nascimento de João Batista:

 

“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade. E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso.

E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.

Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade.

E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.

E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo. E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tinha tido uma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo. E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa.

E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo: Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.

E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.

E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.

E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.

Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.

E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?

E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; Porque para Deus nada é impossível.

Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.

E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.

E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.

Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos. Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia; Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.

E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.

E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e  falava, louvando a Deus. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judéia foram divulgadas todas estas coisas. E todos os que as ouviam as conservavam em seus corações, dizendo: Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.

E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:
Bendito o Senhor Deus de Israel, Porque visitou e remiu o seu povo, E nos levantou uma salvação poderosa Na casa de Davi seu servo. Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo; para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam; para manifestar misericórdia a nossos pais, E lembrar-se da sua santa aliança, e do juramento que jurou a Abraão nosso pai, de conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.

E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, Porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; Para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados; pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou; para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte; A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.

E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.”


Lucas 1:5-80

 Evangelho de João:

 

            O livro inicia com um relato sobre a promessa que se cumpriu, “O Verbo se fez carne”, ao relatar que no início o Verbo estava com o Criador, o Verbo Era o Criador. Logo após essa passagem, segue com a pregação de João Batista já na vida adulta. Não há relatos sobre o nascimento de João Batista.

 

            De acordo com o que podemos observar, e até já ouvimos histórias de que Isabel fez uma fogueira para avisar a Maria de que João Batista nasceu... mas de acordo com o que lemos, onde está essa passagem? Podemos concluir então que essa história de fogueira não é bíblica. E as bandeirolas, a quadrilha, o rei e a rainha do milho onde entram nessa história?

 

FESTAS JUNINAS – OS SANTOS CATÓLICOS

 

                 Dentro do que podemos observar, o São João é um santo católico, e no mês de Junho é celebrado uma festa que na realidade comemoram-se quatro santos: São João – comemorado no dia 23 e 24 de junho, Santo Antônio (conhecido como o santo casamenteiro) – dia 13 de junho, porém comemorado na véspera na famoso dia dos namorados e São Pedro e São Paulo – dia 29 de junho. Mas vamos nos focar nos aspectos dessa festa:

 

1ª Data: 12 e 13 de Junho – Dia dos Namorados

 

                 O mês de Junho leva esse nome em homenagem a deusa pagã da mitologia romana Juno, a deusa romana das mulheres e do casamento, daí o nome de festas Juninas, que na época da Cristianização feita pela Igreja Católica, teve o nome mudado para festas Joaninas. Na Roma antiga, no dia 14 de Fevereiro era celebrada a Lupercalia em homenagem a essa deusa e o deus Pã, o deus da natureza. Até hoje essa data é celebrada em outros países como o dia de São Valentim (Valentine’s day – em inglês), que é em homenagem, segundo a lenda, a um bispo católico chamado Valentim que desacatou uma ordem em que era proibido realizar casamentos, e por causa disso acabou sendo condenado à morte e que por sinal, foi executado nesta data.

                  A data de 12 de Junho é véspera do dia de Santo Antônio, o que é comemorado no Brasil o dia dos namorados, no geral com troca de presentes. A esse santo essa época, tem o costume de fazer simpatias para arranjar casamento.

             O nome de Santo Antônio é mais recente. Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua (Cidade onde faleceu) era um frade agostinho que viveu entre os séculos XII e XIII, e faleceu no dia 13 de Junho, vindo a ser canonizado pela Igreja Católica pouco tempo depois.

 

2ª Data: 23 e 24 de Junho – Dia de São João

 

            Esta data tem origem nas comemorações pagãs do Solstício de Verão (Hemisfério Norte), que no passado eram celebradas na passagem dos dias 21 e 22 de junho.  No entanto, a data foi trocada para 23 e 24, dia do santo católico, São João. Em diversos países do mundo a festa do solstício de verão é celebrada de acordo com a cultura de cada país.

 

3ª Data: 28 e 29 de Junho – Dia de São Pedro e São Paulo

 

            Esta data que é celebrado o dia de São Pedro e São Paulo, dito “fundadores da igreja” pela Igreja Católica, na realidade é a data de dois deuses chamados Rômulo e Remo da Mitologia Romana, que, segundo a crença antiga, teriam sido fundadores de Roma.

 

FESTAS JUNINAS – ORIGEM DAS CARACTERÍSTICAS DA FESTA

 

Aqui estão expostos origens de algumas das práticas dessa festa:

 

Fartura de comida: Tem origem nos povos pagãos. É um tipo de oferenda, um pedido de colheita abundante durante o ano. Era realizado através de uma grande festa.

Rei e Rainha do milho: Tem origem na mitologia celta, no Lughnasadh (ou Lammas) quando era celebrado além da tradicional "Massa de Lugh", segundo a tradição da religião Wicca (Bruxaria), nessa época são feitos bonecos de palha (de milho ou trigo) representando os Deuses, chamados de Senhor e Senhora do Milho. Esses bonecos eram tidos como amuletos de proteção durante todo o ano, até o próximo Lammas, onde são queimadas na fogueira ou no caldeirão.

A quadrilha: Na França, uma dança onde quatro ou oito casais se apresentavam formando um quadrado era chamada de quadrille, e ainda é parte integrante da Fête de Saint-Jean (Festa de São João). Os passos foram trazidos pelos nobres portugueses para o Brasil, que tinham interesse em tudo que estava na moda em Paris. Com o tempo a dança se popularizou, principalmente nas áreas rurais, e se confundiu com danças brasileiras que já existiam. Assim surgiu a quadrilha típica das Festas de São João nacionais.

A fogueira: Tem origem no festival celta Beltane. Durante o festival, eram acesas fogueiras nos topos dos montes e lugares considerados sagrados, sendo um ritual importante nas terras celtas. E como tradição, as pessoas queimavam oferendas como, por exemplo, totens para que o poder do fogo fosse passado ao rebanho e, pulavam as fogueiras para que se enchessem das mesmas energias poderosas. Daí veio o costume de pular fogueira no São João. São símbolos de adoração ao deus sol.

Os fogos de artifício: Os antigos Druidas soltavam fogos de artifício em louvor ao deus sol. – Mitologia Celta

Os balões: São originários da Mitologia Celta. Nos balões eram colocados pedidos das pessoas que eram atados nos balões e levados aos céus. Atualmente, pelo menos no Brasil, essa prática é proibida por lei pelo fato dos balões oferecerem risco de incêndios.

           

FESTA DO SOLSTÍCIO DE VERÃO (HEMISFÉRIO NORTE)

 FESTA DE SÃO JOÃO PELA EUROPA

 

            A festa de São João não é só uma prática Brasileira, ela também é celebrada em diversos países da Europa como:

 

Portugal (Festa dos Santos Populares) - arraiais pelas ruas onde acontecem casamentos reais ou encenados.

Polônia (Festa do Solstício de Verão) – balões são soltos no céu.

Estônia (Festa de Jaanipäev) – famílias trajadas com roupas típicas se reúnem para cantar e dançar.

Suécia (Midsommarafton) - a festa ocorre em volta a um mastro e com bastante comida.

Ucrânia (Ivan Kupala) - Celebrada com coroas de flores

França (Féte de Saint-Jean) – celebrada com quadrille (quadrilha);

Dinamarca (Sant Hans Aften) – comemora-se acendendo uma fogueira com um boneco em formato de bruxa no centro;

Letônia (Jãni) – celebrada com coroas de flores e folhas.

 

            Diante do exposto, podemos observar que as chamadas “Festas Juninas” não tem nada haver com a bíblia, e menos ainda com João Batista. Pelo contrário, são originárias de costumes que são contrários aos ensinamentos da bíblia. Pelo contrário, são práticas inerentes a idolatria e tem origem também na feitiçaria.

 

Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte".

 

Apocalipse 21.8

 

 

A maior prova de amor que podemos dar ao

CRIADOR é a OBEDIÊNCIA.

 

  

AME O CRIADOR.

AME O PRÓXIMO.