Dando sequência a série de estudos sobre o Evangelho de Mateus, vamos continuar a leitura e os comentários contando a partir do capítulo 3.
Para recordar a leitura de onde paramos, vimos na parte 1 deste estudo, a genealogia e o nascimento do Salvador, incluindo a perseguição pelo rei Herodes, passagens relatadas nos capítulos 1 e 2 do Evangelho.
A partir do capítulo 3, vamos ler, na íntegra, e ao mesmo tempo, fazer um breve comentário sobre esta leitura. Os trechos marcados em azul, são os trechos retirados da Bíblia, enquanto os que estão em preto são os comentários.
“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” De acordo com a narrativa, embora o Evangelho de Mateus não relata sobre o nascimento de João Batista, o que encontramos com mais detalhes no Evangelho de Lucas, era um profeta, que veio com a missão de preparar o povo para a vinda do Messias.
Nos dias atuais, quem estaria tendo essa missão de advertir quanto à volta do Salvador? Vamos deixar essa pergunta inicialmente para reflexão.
“Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.”Além de ser o cumprimento da profecia de Isaías, podemos observar também, por esta passagem que João Batista não se vestia como uma pessoa rica.
João Batista pregando no deserto, na figura mostra ele vestido em pele de animal.
(Extraído da Internet)
“Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.”
Todo o povo o seguia, e por ele eram batizados na água, confessando seus pecados. A palavra batizar tem o significado de introduzir, iniciar, ou seja, João Batista introduzia na água, as pessoas que buscavam perdão de pecados.
João Batista não dizia nada de ruim contra o povo, mas aos fariseus e saduceus ele os chamou de raça de víboras.
Quem eram os fariseus e os saduceus mencionados aqui nesta passagem?
Os fariseus eram um grupo de judeus devotos à Torá (Lei de Moisés), surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga, ou seja, criaram religião, transformaram a Lei de Moisés que era como uma lei civil para o povo em dogmas religiosos. Já os saduceus, também já tinham suas filosofias mais firmada na Lei Escrita e negavam a ressurreição. Eram religiosos e tinham influência política. Ou seja, ambos eram líderes religiosos.
Fariseus e saduceus
(Extraído da Internet)
Vamos pensar, porque o Criador levantaria um homem pobre que veste peles de animais e come gafanhotos e não os religiosos, já que para as pessoas, religião é coisa de Deus? Além disso, podemos observar também que ele não estava pregando dentro de uma sinagoga (local de ensino), e sim fora dela! Por que?
Porque os fariseus e saduceus estariam fugindo da ira futura, de acordo com João Batista? O que eles estavam fazendo que desagradava tanto o Criador do céu e da terra?
João Batista disse uma pequena parábola: “E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.” – Ele se referia aos fariseus e saduceus (líderes religiosos) quando disse isso, podemos entender, nessa passagem que o machado representa o próprio Salvador, as árvores são as pessoas no geral, e aquelas árvores (pessoas) que não produzem frutos bons, serão cortadas e lançadas no fogo. João Batista os exortou a produzirem frutos dignos de arrependimento. “E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento.”
Vamos continuar a leitura...
“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.”
Nessa passagem ele falava exatamente sobre Aquele que haveria de vir, que haveria de batizar com o Espírito Santo e com fogo.
Naquele tempo de João Batista, os judeus ainda viviam sob a Lei de Moisés. E com Jesus viria a graça, e o Espírito Santo sendo derramado sobre as pessoas, ou seja, as pessoas passariam a ter um conhecimento espiritual (a palavra espírito também tem significado de entendimento) ou seja, um entendimento sobre as coisas do Pai, o que ocorreu esse derramar do Espírito apenas uma única vez que foi no dia de pentecostes, quando veio do céu um som como de um vento, e foram vistas línguas repartidas como de fogo, as quais pousaram sobre cada um que na casa estavam. (Mais detalhes do acontecimento leia Atos 2). Enquanto João Batista fala sobre o início da Graça, ele também fala como uma pequena parábola, sobre o desfecho que ocorrerá no fim dos tempos, quando diz: “Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” Ou seja, ele fará a colheita, guardará consigo o trigo (os escolhidos) e queimará todo o resto no fogo que nunca se apagará.
Sabemos que os apóstolos eram cheios do Espírito Santo. Existe alguma passagem, texto na Bíblia que diz que os apóstolos faziam movimentos como rodar, gritar, pular, cair...? Os discípulos de Jesus (ou até o próprio Jesus) faziam esses movimentos vistos nas igrejas hoje? Ele mandou fazer isso? Se Ele não mandou, e nós O seguimos, porque então teríamos de participar desses movimentos? Pesquise.
“Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
Mas, sabemos que Jesus nunca pecou, por que então teria Ele de ser batizado por João? Vamos analisar esse texto com calma. Na passagem anterior João afirma:“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.”
A introdução na água era uma forma didática de ensinar ao povo quanto ao arrependimento, por que o povo não compreendia as coisas espirituais. Podemos comparar aos dias de hoje se dissermos: “Arrependa dos seus pecados, pois o Salvador está voltando...” João afirma que ele batizava, ou seja introduzia, para o arrependimento. Jesus, por necessidade não precisava ser batizado, pois Ele não tinha pecado algum, mas, como estava como homem sobre a Terra, precisava cumprir não somente a Lei, mas também como humano de ser batizado, como todos os outros humanos, Ele o fez para que se cumprisse a justiça.
Não ignoremos o que ouvimos em relação à volta do Salvador, como pessoas que tem falado nesses últimos dias, mas também não aceitemos nada sem questionar. Questione, pesquise. Como disse o profeta Oseias:
“Porque o meu povo se perde por falta de conhecimento”
Oseias 4.6
AME O CRIADOR.
AME O PRÓXIMO.
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Por Verdade Anunciada.
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